Baseada em texto de Helio Begliomini, da Academia de Medicina
de São Paulo.
Em 1921 nasce em São Paulo, Costábile Galluci.
Em 1941 ingressa na Escola Paulista de Medicina. Enquanto aluno, gostava muito de futebol e nas competições da
Pauli-Poli jogava de ponta esquerda, sendo que tinha um chute muito forte, temido
pelos goleiros.
Após formar-se em 1946, passou a acompanhar o Prof. Alípio
Correa Netto que, de 1933 a 1953 foi o chefe da cirurgia de cabeça, pescoço,
toráx e vascular. Após o término da chefia de Alípio Correa Netto, o Dr.
Euryclides de Jesus Zerbini, que trabalhava junto com Gallucci nesse serviço,
decidiu sair da Escola Paulista de Medicina. Assim, em 1953, Gallucci foi
convidado por Jairo Ramos e Silvio Borges para chefiar a cirurgia do tórax,
cargo que exerceu de março de 1953 a junho de 1956. Neste ano, Gallucci afastou-se
da instituição para ajudar o pai na Casa Gallucci, loja de ferragens tradicional
da rua Florêncio de Abreu, que tornou-se reduto dos fanáticos torcedores do
Palestra. Gallucci chegou a ser presidente do Conselho do Palmeiras.
Em 1957, Gallucci volta à EPM, porque o chefe da cirurgia do
tórax, Ruy Margutti, suicidou-se. Então, houve a divisão em duas disciplinas:
cirurgia do tórax, com a chefia do Dr. Luciano Barbosa Prata e cirurgia
cardíaca com Gallucci, convidado por Jairo Ramos.
Em 1962, Gallucci recebeu o título de livre-docente com o
trabalho Tratamento Cirúrgico da Estenose Pulmonar Valvular (Valvulotomia
Pulmonar sob visão direta, com Hipotermia).
Posteriormente, o Prof. Gallucci só assumiu o cargo de
professor titular após concurso, que exigiu fazê-lo, mesmo podendo ser nomeado pelo
governo, sem a necessidade de tal concurso. Isso fala da personalidade do Prof.
Gallucci, que sempre foi tido por seus discípulos como exemplo de ética e
correção, bem como de entusiasmo. Em sua mesa a frase “Cada um que cresce é
parte de mim que cresce, portanto estou crescendo”, expressa sua visão.
Em 15 de dezembro de 1965 ingressou na Academia de Medicina
de São Paulo.
Em 1967, com o falecimento do Dr. Luciano Barbosa Prata,
chefe da cirurgia do tórax, houve novamente a fusão de cirurgia do tórax com a
cirurgia cardíaca.
De 1977 a 1979 ele teve o cargo de vice-mestre do Capítulo de
São Paulo do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.
Em 1981 acompanhou o primeiro concurso para título de especialista
e primeiro congresso do Departamento de Cirurgia Torácica da Sociedade
Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, hoje Sociedade Brasileira de Cirurgia
Torácica.
Em certa ocasião em que sentiu-se mal, pegou um táxi e pediu
para ir direto para o Hospital São Paulo, onde foi imediatamente atendido por
seus discípulos que lhe colocaram um marca-passo cardíaco.
O Prof. Dr. Costábile Gallucci faleceu em 1990.
Sua disciplina passou a ser chefiada por Enio Buffolo até 29
de janeiro de 1992, quando o conselho do departamento e a congregação fizeram
nova separação entre tórax e cardiovascular.
O Prof. Gallucci gostava de música clássica. Em 1984, ao
adentrar a sala de aula, prontamente identificou uma música que era assobiada
por uma aluna e disse “Tanhauser!”, sabendo-se tratar da obra de Wagner.
Na EPM foi vice-diretor, diretor clínico do HSP, chefe do
Departamento de Cirurgia por 2 vezes.
Publicou os seguintes livros: Choque (1978); Traumatismos
Torácicos (1982); Diagnóstico Diferencial das Massas do Mediastino.
Foi casado com Wally, teve 2 filhas: Cecília e Laura. Faleceu
em 1990. Tem a cadeira nº 44 da Academia de Medicina de São Paulo. Dá nome a um
edifício da EPM.
Fontes bibliográficas:
https://academiamedicinasaopaulo.org.br/biografias/37/BIOGRAFIA-COSTABILE-GALLUCCI.pdf
Arquivo oral de História da EPM.