A partir de texto de Wilson da Silva Sasso
Edgar de Melo
Mattos Barrozo do Amaral formou-se em 1925 pela Faculdade de Medicina do Rio de
Janeiro, tendo se doutorado um ano depois pela mesma faculdade. Em 1931, foi
contratado como Assistente de Biologia no Serviço de Febre Amarela da Fundação
Rockfeller. De março a dezembro de 1933, fez estágio na Fundação Curie.
Em 1934,
trabalhou com André Dreyfus, como Segundo Assistente da Cátedra de Histologia e
Embriologia da Escola Paulista de Medicina. Em maio de 1935, foi nomeado
Primeiro Assistente, em substituição a Nelson Planet. Em 1936, foi convidado
para o cargo de Assistente de Biologia Geral, da recém-inaugurada Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Em 1937, deixou o
cargo de Primeiro Assistente para substituir a Dreyfus e ser contratado pela
Escola Paulista de Medicina como Professor Catedrático de Histologia e
Embriologia, cargo esse que ocupou até 1952. Até essa época, Barrozo do Amaral havia
sido o único professor que havia permanecido contratado pelo transcorrer de
dezoito anos em uma escola médica brasileira.
Nesse ano de
1952, o Prof. Barrozo do Amaral afastou-se da Escola Paulista de Medicina a fim
de poder colaborar na formação da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,
tendo sido o seu primeiro professor de Histologia. Nesse processo de formação
da Faculdade, foi realçada a sua participação direta na contratação de cinco
professores estrangeiros para as Cadeiras de Anatomia, Histologia, Patologia,
Psicologia Médica e Fisiologia, sendo que dois deles, os professores Fritz
Koeberle de Patologia e Lucien Lison de Histologia e Histoquímica permaneceram
como Professores Titulares na Faculdade.
Nos dezoito
anos em que o Prof. Barrozo do Amaral ocupou a Cátedra de Histologia e
Embriologia da Escola Paulista de Medicina, devem ser destacados os doutorados
realizados sob sua orientação, dos ex-alunos da EPM José de Paula e Silva,
que fez a primeira Tese de Doutorado da EPM, e do Dr. Wilson da Silva
Sasso. Ambos eram Assistentes da Histologia no ano de seu afastamento, em 1952.
Durante o seu
período de magistério fez parte das bancas de diversos concursos: 1 - de Nylceo
Marques de Castro, para Livre-Docência da EPM, Livre-Docência na Faculdade de
Farmácia e Odontologia da USP, e para a Cátedra da EPM; 2 – de Lucien Lison,
para a Cátedra da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP; 3 – de Octavio
Della Serra, para Livre-Docência e Cátedra na Faculdade de Farmácia e Odontologia
da USP; 4 – de Clodoaldo Pavan, para Livre-Docência na Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras da USP; 5 – de Fernando Aberceb, para a Livre-Docência na
Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia; 6 – de Bruno Alípio
Lobo, para Livre-Docência na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro; 7 – de
Luiz Carlos Uchôa Junqueira, para Livre-Docência e Cátedra da Faculdade de
Medicina da USP; 8 – de Eduardo Ozório Cisalpino, para Livre-Docência na
Faculdade de Farmácia e Odontologia da UFMG; 9 – de Milton Picosse, para a Livre-Docência
na Faculdade de Farmácia e Odontologia da USP; 10 – de Wilson da Silva Sasso, para a Livre-Docência
na Faculdade de Farmácia e Odontologia da USP.
Em 1939,
concomitantemente a seu trabalho na EPM, o Prof. Barrozo do Amaral prestou
concurso de Livre-Docência de Histologia na Faculdade de Medicina da então designada
Universidade do Brasil.
Em 1940, o
Prof. Barrozo do Amaral prestou concurso para a Cátedra de Histologia e
Embriologia da Faculdade de Farmácia e Odontologia da USP. Até se aposentar
nessa Faculdade, em 1961, foram seus assistentes: Nylceo Marques de Castro, na
Histologia e Embriologia da EPM; Wilson da Silva Sasso no Instituto de Ciências
Biomédicas da USP e na EPM; José Merzel, na Faculdade de Odontologia de Piracicaba
da Unicamp; Roberto Domingos Andreucci na Faculdade de Odontologia de São José
dos Campos; Eduardo Katchburian, na Faculdade de Medicina da Universidade de
Londres.
Em relação à sua linha de pesquisa,
se destacam trabalhos sobre a origem das células intersticiais do ovário e do
testículo, que resultaram em suas teses para Livre-Docência e para a Cátedra. A
primeira foi defendida na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil e
intitulada “Células do Hilo do Ovário (células de Berger)” e representa a
primeira tese brasileira onde foram utilizados métodos histoquímicos. A segunda
também fez uso de métodos histoquímicos, intitulada “Contribuição para o estudo
da origem e natureza das células de Leydig”. Esta foi apresentada no Concurso para Cátedra
de Histologia e Embriologia da Faculdade de Farmácia e Odontologia da USP.
O Prof. Barrozo do Amaral colaborou
ainda para a instalação da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília,
onde ocupou o cargo de Diretor por dois anos.
Conforme informação do Prof. Sasso, o
Prof. Barrozo do Amaral tinha espírito inquieto e entusiasta pela docência e
pela organização universitária, de modo que sabia guiar e estimular seus alunos
no estudo da Histologia.
Fonte Bibliográfica:
Sasso, W. S. Edgard de Melo Mattos
Barrozo do Amaral in A Escola Paulista de Medicina – dados comemorativos
de seu 40º aniversário (1933-1973) e anotações recentes. José Ribeiro do Valle
(org). Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais, São Paulo, 1977, pp. 167-170.
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