A partir de texto de José Ribeiro do Valle
Raul Leitão da Cunha
nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 2 de janeiro de 1881. Filho do Dr. José
Maria Leitão da Cunha e de dona Georgina Leitão da Cunha, ambos descendentes de
tradicional família carioca. Casou-se com dona Zita Vidal Leitão da Cunha,
pertencente à família do Barão de Santa Margarida.
Leitão da Cunha
formou-se em Medicina em 1903 na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Nessa
mesma Faculdade foi professor de Anatomia Patológica e Diretor da Faculdade.
Foi Reitor da Universidade do Brasil, após a criação desta, quando a Faculdade
de Medicina passou a estar ligada a ela.
Por ocasião de seu
sepultamento no Rio de Janeiro, em 16 de março de 1947, o jornal “O Estado de
São Paulo” fez a seguinte publicação: “Como homem de ciência, mestre,
administrador técnico, escritor, orientador da Universidade, político e
jornalista, seus esforços dirigiam-se, sempre, para a valorização, para a
moralização do ensino entre nós. Pela tribuna, pela imprensa, pela cátedra,
nunca deixou de se bater por essa causa. Para ele, todos os vícios da
organização nacional provinham do descaso, da má vontade com que, em geral,
sempre foram encarados, no Brasil, os problemas atinentes ao ensino. Nunca se
cansava de repetir que do estabelecimento do ensino em bases mais elevadas e
sérias dependia a formação de uma mais sã consciência das responsabilidades
coletivas. E dedicando o melhor dos seus esforços a esse ideal, tornou-se um
dos grandes técnicos no setor da organização e administração do ensino
superior, o que levou a enfrentar inúmeras campanhas e a superar muitas
dificuldades erguidas pelos seus adversários. Por outro lado, a seriedade com
que sempre se dedicou às obrigações do magistério e a invariável imparcialidade
com que julgava as provas, os exames e os concursos, valeram-lhe a fama de uma
severidade que não possuía”.
Em Reunião da
Congregação da Escola Paulista de Medicina de 9 de abril de 1947, em que fora
reeleito e empossado o Prof. Álvaro Guimarães Filho, este anunciou que o “Conselho
Técnico Administrativo” tomara a resolução de reverenciar a memória do grande
amigo da Escola, o excelente mestre de medicina, Professor Leitão da Cunha que,
ocupando altos postos na esfera federal, sempre acolheu e apoiou os interesses
desta instituição. Já ele merecera o título Honoris Causa e, agora
desaparecido, deve merecer o culto de nossa saudade e gratidão. A Congregação
permaneceu de pé e em silêncio por um minuto e determinou a colocação de uma
placa de bronze no anfiteatro principal da Escola que, passou a chamar-se Sala
Leitão da Cunha.
Leitão da Cunha
foi paraninfo na formatura de 1938, da primeira turma de médicos formados pela
Escola Paulista de Medicina.
Fonte bibliográfica:
Raul Leitão da Cunha in A Escola Paulista de Medicina –
Dados Comemorativos de seu 40º aniversário (1933-1973) e Anotações Recentes.
Organizado por José Ribeiro do Valle. Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais,
1977, págs. 239-240.
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